Sem cais...

Sou navio à deriva

Sem vela, sem leme, sem mastro

Esquecido na tempestade…

Sou navio à deriva

Sem céu, sem ondas, sem mar

Para além da saudade…

E o horizonte é nulo

É vão, sem ar, desfigurado…

E a morte nem é metade…

Meu lenho azul que te foste

Arrimo de mim sem beira

Onde andas, que mar te deste

Ai, sem cais, tumulto inteira…