À procura do amor

Sombria era a noite

Gélido o ar

que cortava como açoite

Um coração a soluçar

Cansado, exaurido, pesado

Este pedaço de sofrer

Procurava sem sucesso

Um amor, seu bem querer

Por entre florestas vazias

Pelos mares, desertos frios

ele caminhava há dias

sem encontrar seu par

O coração cauteloso

Em sua peregrinação

meditava, atencioso

Em sua obstinação

"A desgraça é variada

o infortúnio, multiforme

a vagar estou a nada

aumentando a secura enorme.

Viverei de brasa e chama

pra alimentar a chaga

que em mim chamusca e clama

por alguém que não me ama."

Ana Cristina Cattete Quevedo
Enviado por Ana Cristina Cattete Quevedo em 25/09/2008
Reeditado em 25/09/2008
Código do texto: T1195542
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