UTOPIA DA LIBERDADE

Meio dia badala o sino

Embala o hino da Ave Maria

Meio dia o sol a pino

Na senzala o menino

pra mãe sorria!

Meio dia o sol ardia

Clareando o horizonte

Dos verdes montes

Sem fim daqueles cafezais;

Dezoito horas o sol se escondia

Do vento norte forte se ouvia

E ecoava no peito cansado e sofrido

O lamento sentido dos ancestrais...

... negrinho, contente, sorria

Inexperiente da dor que havia

Amparado no amor e protegido

Por quem escondia seus ais...

É noite agora sob céu estrelado

E começa a dança de puro gingado

Inspirado no regalo da comilança * (* feijoada)

Que o próprio negro inventou;

Os Senhores ouvem - extasiados

Na Casa Grande - entrincheirados

A canção de exílio e de auto-confiança

Que naquele momento os libertou!...

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 07/03/2006
Reeditado em 02/04/2010
Código do texto: T119808
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