NINGUÉM

Ninguém,

Ninguém veio.

Ninguém me viu...

Ninguém se quer ouviu,

O meu suspiro de desalento,

Meu peito, meu corpo,

Meu aceno.

A este ninguém respondeu.

Ninguém criticou o meu silêncio,

Ninguém me estendeu a mão.

Pois já que não tinha opção,

Gritei, esbravejei,

Mas ninguém prestou atenção.

Ninguém veio me cobrir contra o frio,

Ninguém veio me perguntar,

Se precisava d’algo.

A mim mesmo afago,

Já que ninguém se dispôs,

A me abrir os braços,

A me apertar em seus abraços,

Ninguém me percebeu,

Ninguém se lembrou de mim,

Ninguém me telefonou,

Ninguém percebeu que sou alguém.

E alguém algum dia,

Quando se perguntar o que eu fazia ali,

Não haverá mais nada,

Não mais existira eu,

Por que eu sempre fui ninguém.

13 / 09 / 2004

Perrelli
Enviado por Perrelli em 26/09/2008
Código do texto: T1198581
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