Águas Passadas

Quantas ruas eu já passei... Já vi tanta coisa...

Vejo que, quando chove, o céu parece estar triste...

E nas casas, o tom cinza encobre os telhados...

Fazendo-me olhar para cima, agora.

Ponho a minha mão sobre a minha cabeça...

O que encontro são lágrimas, lágrimas!

Tudo agora parece lágrima! E...

E nem pareço estar sofrendo...

A ilusão é magnífica. Posso escolher,

Dentre tantos e outros lugares, só um.

Posso estar no meio de um oceano, nadando.

E o que mais me odeia é o fato que na minha mente,

Agora, só me vêm água à cabeça...

Aqui em cima está mais seguro, pois lá embaixo,

Por incrível que pareça, está alagado...

Por minhas lágrimas...

Estou no telhado do mundo...

Caindo e lacrimejando as pessoas... Talvez não me entendam,

Pois sou o meu próprio criador. Eu me criei.

Acabarei criando uma incógnita.

A incógnita me consome, me faz afogar, descendo para o fundo do oceano...

Ninguém agora me vê... Pois sou microscópico... Antes, uma gota.

Agora, uma inútil bactéria.

Matheus Mendes
Enviado por Matheus Mendes em 02/10/2008
Reeditado em 13/10/2009
Código do texto: T1207530
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