APÓTEMA

Um dia esse sentimento insistente vai partir

E essa lágrima teimosa que sempre foge num deslize intermitente na minha face vai secar

Não haverá mais cheiros a recordar, não haverá mais o som da tua voz a segredar palavras oníricas a uma alma sedenta de ti...

Não haverá mais lágrimas fugitivas, nem saltos de um coração iludido, só o vazio do que poderia ter sido e não foi e do que foi e não poderia ter sido...

Viverei como um expectador atento a melodia do silêncio numa noite de luar

Deitado na relva, contando as estrelas e imaginando em qual delas outros olhos sofridos também estarão a buscar um sentido que mostre que ainda vale à pena amar...