A dor aflita

Trago em mim este canto duro

E deveras sinto-o duro e dorido,

Parido na dor da solidão.

Pedra calcada sobre o estômago

É este canto morno e aguado,

Sangrando notas de silêncio.

Cristo! Este cristal espatifado

Em que se tornou minha vida

É manhã sem sol,

Vento sem alívio,

sonho sem anelo.

Cristo! Passe adiante este meu legado,

Pois viver esta farsa de sorrisos

Me dói enormemente

E se o cinturão de miséria

Aperta-me o pescoço aflito,

Abra logo o cadafalso

Para que esta corda redentora

Interrompa de vez a prometida queda.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 28/10/2008
Código do texto: T1252534
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