Chorei na despedida

De meus dedos escorrem pelo papel

Todo o desatino que se encontra em minha alma

De tantos amores foste o fel

Que, insensato, roubou minha calma

E visto que gostas de dor provocar

Como da flecha o cravejar

Como da faca, duros golpes a dar

Não percebes que em cada chaga

É o amor que aqui nesse peito

Se alojou, não teve jeito

E vive só a morar

Ainda que a dureza de teu olhar

Na despedida, no momento da partida

Disseste ‘adeus’ jogando fora, sem dó

A história do nosso amar

E deste as costas sem mesmo notar

Meu afligir por ainda gostar

De em teus braços me entregar

Perdi o rumo da vida

Para uma mar de tristeza fui banida

Sem ao menos entender o porque da tua ida

Abandonada, mais uma vez

Choro sentida