Desilusão ao amante....
Arte movida pela dor, pela angustia da incerteza
Se tenho um amor ou se sonho, tanto faz
Se minha poesia tem desgosto, maquiada de beleza
Se sou admirável ou insossa, tem isto relevância que me apraz?
Eu não te mostro meu melhor, sou sua distração
Omito-te todos os meus segredos
Para você sou doçura silenciosa e sedução
Nem te mostro sonhos nem medos
Se não me faz crer, na possibilidade (ser nosso caso de verdade)
É uma mentira muito bela, com toques de melodia
Até vejo em alguns aspectos cumplicidade
Mas sem futuro ou promessas, uma vivência vazia
Perco-me então neste sentimento vacilante
Na tolice de quem precisa de afeto
De braços e caricias itinerantes
Que vem de longe, por segundos ser perto
Mas te agradeço por me fazer ser, alguns instantes
Muda e entregue à loucura do não planejado
Mesmo que seja à alma martírio dilacerante
Saber que seu afeto por mim é de inexistente a limitado
O que posso te pedir, o que não prometeu?
O que posso esperar, o que minha mente deseja?
Pergunto-me então, o que você me deu
Para que seu, todo o meu desejo já seja?
Canto a canção mais triste, mais dolorida
De quem se sente sós no braços de alguém.
Pedindo clemência ao Criador, que me tire a vida
Se nesta terra fui condenada a ser de ninguém...