A MORTE

Entro madrugada adentro,

calada solitária e tristonha.

Num quarto frio de um hospital,

meu pai passa mal e sonha,

relembro fatos que a morte

não apaga para mim.

Tento até sorrir,

mas olho teu rosto sem graça,

já marcado pela dor insensata,

aquela que não cessa,

mas mata!!!

Essa categoria de versos,

me causam transtorno inifinto

lágrimas secas tentam sair,

nada!!! Tudo inutil!!!

Ah!! a vida!!! Como é cruel,

mas fiel ao seu percusso,

sem valer momentos escuros,

ela segue seu rumo.

Eu me aprumo!!!

Tento transparecer calma,

minha lucidez não me esclarece,

acreditar na morte insólita,

essa que vem devagar

não tão de repente,

que corroi teu corpo assustadoramente.

A morte que me assusta retida

e não me faz bem nesse retrocesso,

a quem faz? A ninguém...

Esperança perdi da vida que se vai

é preciso ele ir para outro espaço,

ficar aqui não prevalece meus sentidos,

nem aquece minha dor.

Me preparo para essa partida,

tão sofrida mas restringida,

é ruim saber da verdade,

da saudade de quem não foi

um postigo se abre delicadamente

um corpo espiritual ainda tenta se soltar..

há vida post-mortem,

é para lá que o querem levar...