Meu caixão é o mundo...E o mundo é um jardim velho e deserto.
Quando voar perde o sentido
As asas somem e restam lembranças...
Rios adentro, sem rumo ao mar e um choro contido
Então um vazio fulminante me apodera
Minhas mãos tremem e os olhos não avistam um porto
Passos incertos em labirintos de verde desbotados
Porque nunca há uma porta de saída...?
As flores murcharam
Não há perfume que me encante
E não mais escuto as vozes alegres de outrora
As borboletas que coloriam o ar sumiram
Não há as canções dos pássaros que pintavam a felicidade
Mas tem o silêncio com rugas
Há cinzas de sonhos
E os pesadelos correm soltos
Há caminhantes sem faces
Como bonecos de modular incompletos
Mas no fim tento buscar um sorriso apenas
Com um sol radiante a resplandecer esperança
Que se partiu num infinito de desventuras
Mas porque sempre me deparo com um muro sem cor?
E sigo em minha jornada de torturas
Pedras e espinhos...
Eu sou como fonte pra infortúnio
Se espalha com desgraças encalço do amor
E despedaça sem pena às migalhas
Os vermes festejam em convulsões lascivas
Não há árvores que buscam os céus
Todas derrotadas tombaram em prantos de areias ao vento
Tropeço em esqueletos de sonhadores pelo caminho
E os doces versos dos poetas eu amarro ao pescoço
Peso maior não há do meu passado
Estou pronto pra me jogar da ponte da escolha
E me afogar nas terras do mundo preso pra sempre...