Meu caixão é o mundo...E o mundo é um jardim velho e deserto.

Quando voar perde o sentido

As asas somem e restam lembranças...

Rios adentro, sem rumo ao mar e um choro contido

Então um vazio fulminante me apodera

Minhas mãos tremem e os olhos não avistam um porto

Passos incertos em labirintos de verde desbotados

Porque nunca há uma porta de saída...?

As flores murcharam

Não há perfume que me encante

E não mais escuto as vozes alegres de outrora

As borboletas que coloriam o ar sumiram

Não há as canções dos pássaros que pintavam a felicidade

Mas tem o silêncio com rugas

Há cinzas de sonhos

E os pesadelos correm soltos

Há caminhantes sem faces

Como bonecos de modular incompletos

Mas no fim tento buscar um sorriso apenas

Com um sol radiante a resplandecer esperança

Que se partiu num infinito de desventuras

Mas porque sempre me deparo com um muro sem cor?

E sigo em minha jornada de torturas

Pedras e espinhos...

Eu sou como fonte pra infortúnio

Se espalha com desgraças encalço do amor

E despedaça sem pena às migalhas

Os vermes festejam em convulsões lascivas

Não há árvores que buscam os céus

Todas derrotadas tombaram em prantos de areias ao vento

Tropeço em esqueletos de sonhadores pelo caminho

E os doces versos dos poetas eu amarro ao pescoço

Peso maior não há do meu passado

Estou pronto pra me jogar da ponte da escolha

E me afogar nas terras do mundo preso pra sempre...

Chronos Sigdhara
Enviado por Chronos Sigdhara em 30/11/2008
Código do texto: T1310667
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