A força que me consome

Quem disse que o amor é o vale

De quimeras e inebriante calor

Não conhece traiçoeiro estupor

De angústia tão profunda

Que a alma de negro inunda.

Dentro de minhas entranhas

A loucura da dor insiste em emergir

Uma força doente, tão estranha

Um medo, uma angústia, um afligir

Não procuro rancores

Dentro de mim ou do outro

Perdôo a falta de cores

E deixo a alma, bicho revolto

Decidir o que a razão impede:

No amor, o coração sempre cede

Os olhos negros já viram

O que impede minha sanidade

Os ouvidos escutaram

Os porquês de tanta maldade

Peço abrigo...abro a guarda

E se a ajuda é negada,

Sigo com meu fardo

Até o dia em que perto te verei

A enxugar as lágrimas que por ti chorei.