Os anjos e nós...

Uma face gélida sorriu para mim naquela noite e

Em quanto eu sonhava que um anjo me abraçava e me escondia

Debaixo de uma sacada arruinada e revivia uma tragédia familiar

Lembrando que um dia aquele sorriso costumava me trazer esperança

Então sem que eu pudesse adivinhar, um adeus silencioso e sem aviso algum.

Sem pedidos de desculpas e sem palavras pra dizer ou prolongar a dor da partida.

E ao lado de uma cruz quebrada sobre uma sepultura etérea e triste

eu vi aquelas velas queimarem com uma chama azul sobrenatural

E sentia que o vento sussurrava nossa canção em meio à penumbra fria.

E que eternamente estaríamos acorrentados aos nossos desejos e então, já sem esperanças, eu rezei em silêncio, em quanto à chuva caia molhando meu rosto lacrimoso.

Pedindo para os anjos em toda parte do mundo, para nos lembrarem de nossas promessas.

E quem sabe assim evitar que o tempo se esvaísse de nós, mas aquelas lágrimas derramadas por nós naqueles dias tristes de inverno, são alimento dos Devas celestes e eles sabem disso agora, não apenas lágrimas de dor, elas eram lágrimas de amor, lagrimas de medo, lágrimas de desejo, eram a tradução de nossas emoções naqueles dias.

Você me disse" enterre agora nossos sonhos", e feche os olhos para desenterrar meus segredos e minhas tristezas.

Então eu chorei por mim dias e mil noites para por fim perguntar:

Oh Deusa, por que eles disseram que não poderíamos nos amar?

Oh, Deusa porque aqueles anjos caiaram antes de nós?

Bêlit
Enviado por Bêlit em 06/12/2008
Código do texto: T1322005
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