Os anjos e nós...
Uma face gélida sorriu para mim naquela noite e
Em quanto eu sonhava que um anjo me abraçava e me escondia
Debaixo de uma sacada arruinada e revivia uma tragédia familiar
Lembrando que um dia aquele sorriso costumava me trazer esperança
Então sem que eu pudesse adivinhar, um adeus silencioso e sem aviso algum.
Sem pedidos de desculpas e sem palavras pra dizer ou prolongar a dor da partida.
E ao lado de uma cruz quebrada sobre uma sepultura etérea e triste
eu vi aquelas velas queimarem com uma chama azul sobrenatural
E sentia que o vento sussurrava nossa canção em meio à penumbra fria.
E que eternamente estaríamos acorrentados aos nossos desejos e então, já sem esperanças, eu rezei em silêncio, em quanto à chuva caia molhando meu rosto lacrimoso.
Pedindo para os anjos em toda parte do mundo, para nos lembrarem de nossas promessas.
E quem sabe assim evitar que o tempo se esvaísse de nós, mas aquelas lágrimas derramadas por nós naqueles dias tristes de inverno, são alimento dos Devas celestes e eles sabem disso agora, não apenas lágrimas de dor, elas eram lágrimas de amor, lagrimas de medo, lágrimas de desejo, eram a tradução de nossas emoções naqueles dias.
Você me disse" enterre agora nossos sonhos", e feche os olhos para desenterrar meus segredos e minhas tristezas.
Então eu chorei por mim dias e mil noites para por fim perguntar:
Oh Deusa, por que eles disseram que não poderíamos nos amar?
Oh, Deusa porque aqueles anjos caiaram antes de nós?