Despedida

Venha até mim minha filha,

E pouse teu pranto no meu colo,

Mas por favor, venha logo,

Pois não sei quanto tempo me resta!

Diga-me o porquê das lágrimas tuas

Que germinam e rolam sobre teus seios,

Como as mãos dos amantes mortos...

Fala-me sobre teus anseios e tuas quimeras!

Tire teu rosto da treva, e repouse-o

Sobre minha alva saia, que reflete como espelho

A borrada maquiagem de tua cútis

E de teus olhos de belos rubis...

Isto minha querida... Fale-me tudo...

É uma pena... Sei... Que bom!

Não culpe os gritos dos mudos

Por sua falta de sono...

Agora vá e reze por minha alma,

Faça aquela prece que te ensinei...

E deixe-me aqui sobre minha cama

E lembre-se filha, que muito te amei!