DOR ESTRANHA*

Talvez a dor seja

um banco sozinho.

Um branco de papel

querendo ser pergaminho.

Talvez a dor seja passageira,

uma garrafa mensageira de

estranhos descaminhos...

E eu aqui querendo ser mar.

E eu aqui, lutando pra voar

sem asas.

Talvez as casas sejam todas

iguais...

E os telhados sejam parapeito

de gemidos abissais.

E eu aqui querendo ser céu.

E eu aqui lutando pra escorrer

sem chuvas....

Talvez as luvas não sejam pares,

e os dedos sejam malabares de

de elos estranhos.

Um branco de papel inundado

por sonhos castanhos...

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 17/12/2008
Código do texto: T1340056
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