Bicho da conta
Relutante
Assustada
Trémula e seduzida pelos tons cinzas que me cobrem os versos
Os olhos
Este manto por inteiro que vagueia a alma...
Estou naqueles dias,
naqueles dias que me assemelho a um bicho da conta.
Que caminho vagarosamente entre os passos brutos que passam ao lado.
Envelheço...
Porque não estás?
Quando me sinto em estradas de solidão?
De mãos dadas com o vazio...
E que vazio!
Um buraco negro aonde caímos quando não ainda não tínhamos dado conta
Da queda íngreme, abrupta e dolorosa...
Sem razões, dirias tu!
Mas que percebes tu de razão e coração
Que entendes tu do desequilíbrio
Da insanidade perfeita ou não
da apatia que me entrego tantas vezes.
das náuseas dos momentos incolores
das paredes e dos meus rascunhos?!
Nada!
E hoje o céu está tão chuvoso
Tão cinzento
Tantas lágrimas derramadas à força da tempestade...
E tu não dás por isso,
Porque o que me resta é tão pequenino...
Hoje sou um bichinho de conta.