A MORTE DE MEU MUNDO

Hoje o acordar foi mais lento

O sol se escondera atrás das nuvens que insistiam em me molhar

Hoje ao respirar o ar fresco vindo das arvores encharcadas, não senti nada

Meu coração ainda bate, mas acho que não absorve o que outrora era de praxe

Pés cansados e alma gasta

De tanto procurar e nunca encontrar nada

Fechei os olhos com força na esperança de algo mudar

Abri com olhos de criança para me decepcionar

Cada explosão no meu peito

Balançava meu corpo cada vez com mais violência

Torturando com coisas impossíveis de alcançar

Queria esquecer

Hoje o mundo está negro

E nunca pensei que suas cores me fariam tanta falta

Os magníficos detalhes que apreciei a vida toda

Agora são apenas mais uma engrenagem nessa atmosfera morta

Uma melodia melancólica atingiu meus ouvidos

Vagando perdida, como eu, nos arredores da escuridão

Aos poucos me consumindo, bela e trágica

Ensinando-me a sobrevier a solidão

Eu abri a porta e deixei o frio entrar

Agreguei-me ao estado em que meu mundo está

Negro, frio e sem nada que me lembre o lendário amor

Enquanto a chuva me molhava, senti meu coração congelar

Entreguei tudo o que tinha e perdi pela primeira vez

Olhei a minha volta e vi o que estava a minha espera

Abaixei a cabeça e senti a água divina me abraçar

Pensei chorar, mas eram apenas gotas frias no meu olhar