Estrelas

Cada estrela q'eu vejo, eu a toco,

E tocando-o n'alvura colossal,

Vejo, no transluzir resplandecente

A ilusão formadora de meu mal.

E no brilho reunido, eu a toco,

Tal qual criança no tocar singelo

E a ilusão unindo-se nas trevas,

Une-se a mim, formando tenaz elo

E todo céu desfaz-se em fumaça

Em brilho universal forma a carcaça

De meu próprio fantasma em mim se unindo,

E cada estrela sai do céu caindo...

E cai o choro, todo, na desgraça.

Johannes Hacke
Enviado por Johannes Hacke em 07/04/2006
Código do texto: T135515