Quando eu Não Quero Ser Quem Sou

Como me odeio!

A mim, este traste inútil!

Quando olho meus olhos ao reflexor

Então, sinto nojo.

Como posso ser assim?

Tão egoísta? Tão desajeitado?

Tão tonto e imbecíl?

É por isso que as pessoas me olham

Com vilipêndio,

Porque eu não sou nada...

Um imprestável, apenas.

Se eu ao menos fosse mais clarinho...

quem sabe?

Aí! Deixa de falar besteiras!

Mas, se eu fosse, acaso,

mais bonito;

ou se fosse mais inteligente...

Não! Inteligente eu não quero ser...

Eu quero é ser bonito,

porque as pessoas bonitas

não precisam de ser inteligentes.

Aí, então, se eu pensasse menos

do que penso...

E se eu fosse menos louco

ou nada louco,

talvez me sentisse melhor.

E seu eu escrevesse alguns poemas de amor,

verdadeiras poesias...

Se eu amasse uma mulher...

Não! Se uma mulher me amasse...

não me amassasse,

então, gostaria de ser eu mesmo.

Mas, agora, como sou,

Do jeito que estou,

eu me sinto mal,

triste, inconsolável.

Se eu buscasse menos a verdade,

se me perguntasse menos

e aceitasse o que as pessoas

dizem, sem reclamar -

mesmo que o que elas digam

seja errado,

eu aceitaria pensando que era certo,

só pra ser comum e normal,

como todos os outros.

Ah... se eu fosse mais esperto,

mais lépido...

Ah! E se eu soubesse cantar bonito!

Se eu pensasse menos nas cousas certas

e aceitasse as cousas assim mesmo como elas são,

então, me sentiria mais feliz,

mesmo não sendo eu.

Mas não! Talvez não valesse a pena,

porque eu sou eu,

como eu sou,

e estou certo, assim como sou!

Mas, se eu não fosse eu,

nem sentiria falta...

Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira
Enviado por Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira em 17/01/2009
Código do texto: T1389687
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