AUSÊNCIA

No dia em que meu irmão morreu

eu era uma tarde de domingo

anoitecido com todas as estrelas longe.

Lembro que as sementes estavam todas espalhadas

e eu era cada uma delas tentando me ajuntar.

No dia da morte do meu pai

eu não era parte do que sou.

Hoje, parte é desenhada pelo desejo de infinito,

parte pelo sol que já se pôs.

No dia do meu avô,

as sementes já haviam se ajuntado

num talo que se partiu.