Atoa

Algo aqui dentro implora saída.

Correntes invisíveis que prendem-me

Desejam ser brisas.

Não descobri ainda

Os segredos que não há na vida.

E devoro o medo

Anceio o desejo

De possuir o que me possui.

Quem fui até agora

E o que serei um dia

Se duvido, duvido, duvido...

Duvido da vida?!

E essa agonia, esse quotidiano...

Passo as horas, dias, anos...

Não passo nada.

Quem me passa?

Quem me vê?

Passarinho,

O meu canto é mais triste:

Passei a vida toda

À toa, à toa...atoa.