...Não vens...

Ora chega de mansinho, ora evasivamente

Chega como e quando quer

Como lhe convém

E hoje não veio

Nem ontem

Ou antes de ontem

Não chegou, não bateu à porta, nem me surgiu da alma ao coração

Do coração aos dedos trémulos.

Não veio simplesmente

Não veio como eu quis

Quando eu quero ou me apetece.

Mesmo com a tristeza nas veias

Com o sufoco na voz

Fico só

Sem nada que me saia dos lábios

Sem restos nas mãos

Num vazio imenso

Tão imenso quanto o infinito dos teus olhos

Sem tempo ou espaço

Sem distância ou em corrosão total

Entre meia lua me sinto

Ausente

Sem palavras

Sem a inspiração que não vem.

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 04/05/2006
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