Afogado no mar do próprio sangue.
Estou endividado ,sem trabalho
A corda cada vez mais no pescoço se aperta
Infeliz que nunca acerta
Nada sou,nada valho.
Trabalho decente,um teto,na mesa um prato de comida
Respeito,carinho de pais
Nada disso tive na vida
Isso foi pedir demais.
Estou num beco sem saída,perdido
A solidão me envolveu em seu laço
A desdita segue o passo
Deste "viciado",doente,falido.
Confesso que estou desesperado
Não desejava fenecer mais cedo
Do Anjo Negro tenho medo
Queria ter outro caminho tomado.
Nas para a sarjeta jamais vou,eu digo
Debaixo de uma ponte meus dias findar
Não fenecerei com um maldito mendigo
Do que isto acontecer é mais fácil o ienferno congelar.*
A "luz no fim do túnel" não existe
Para erros da Natureza como eu
Estou imensuravelmente triste
A desilusão lentamente me corroeu.
A lâmina aguçada
Veias e nervos exporá
O osso lugubremente brilhará
Sob a pele tão delgada.
Escorrerá o rubro liquido
Gota a gota pelo empoeirado chão
Deixará de sofrer um coração
Me livrando de um futuro tão insípido.
"Murro em ponta de faca" não mais hei de dar
Cheguei no limite,o peito chora,exangue
Que modo mais deplorável de a vida a abandonar:
Afogado no mar do próprio sangue!
*é mais fácil o infernno congelar do que isto acontecer.