ALGUÉM...

Alguém me escuta

o desabafo sincero,

peito em desespero

d'uma incerteza que permuta

entre desatino e coerência,

desalento e harmonia,

lágrimas e sorrisos?

Alguém me ampara

de insegurança tão cara,

que arfa febrilmente

em minha dolorosa mente?

Enxaqueca me cobre

e o coração já pobre

desanima a esperança...

Alguém me ajuda

nessa luta muda,

desenrolada aqui dentro

deste jovem sofredor

perambulando pelo centro

desta miserável dor

que o consome vorazmente?

Alguém me socorre

para que este porre

que embriaga com violência

esta alma sombria

sem a luz que o mantinha

de pé perante a vida

sem idéia suicida?

Alguém? Por favor...

Alguém... repara meu pavor!

Solidão! Que horror!

Não sou moribundo

tão menos vagabundo!

Apenas outro atormentado

em um destino malfadado:

desditoso,

desgotoso,

insensível...

Eterno

não terno

imprevisível...

Tiago Curralo
Enviado por Tiago Curralo em 19/04/2009
Reeditado em 19/04/2009
Código do texto: T1547507
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