Quando meu peito seca

Quando meu peito seca só sinto meu coração bater.

Infla o peito à medida que bate, bate com força;

Poderia ser sinônimo de vida, mas é afim com a morte

Por quê a gente chora por não ter mais vida? a nossa entregue a sorte;

Pranto-coração que antes batia, E eu apanhava.

As cegas meu peito se ia.

Pela noite, pela madrugada, como era simples a tua alma;

Mancho teu corpo com o respigo da minha lágrima;

Sobre meu poema, o papel, agora borrado... Era pra você.

Mas eu não distingo mais qual era palavra que estava ali manchada;

Mas que se ia, as lágrimas são verdadeiras...

As palavras, às vezes duvido, eu duvido.

Oh, tanto chora, tanta alegria.

A palavra era teu nome, será que assim te esqueço um dia? Nem assim...

Quando meu peito seca, só se infla com alegria;

Era forte e rigorosa quando contigo sorria

De que basta nosso dom de vida se contigo não pode ser vivida?

Como sua vida era minha, e a tua tu não mais tem,

Quero que fique com a minha também.

Quando meu peito seca, se infla de saudade;

Quando meu peito seca, infla como sinal de minha vida.

Quando meu peito seca é sinal da minha partida.

Eu só tive asas de anjo, quando cheguei ao chão,

Vinha a esperança de exibi-las, foi pura ilusão,

(Nenhuma ilusão é pura)

Posso me ver aqui de cima,

Meus olhos grandes e castanhos, o que resta da minha pele morena, e quente...

Vejo rubro forte sobre meu corpo antes limpo, e curiosos, muitos;

Ia-se um poeta ateu, ninguém sabia que era poeta, mas que era ateu.

Posso escrever sobre mim, grafar nas nuvens que me cercam;

Vou escrever sobre o que eu já fiz. O que não fiz.

Escrevo sobre o que deveria ter feito,

Amar com moderação pra não terminar desse jeito.

E meu peito...E meu peito? Meu peito seca.