FLORESTA EM CHAMAS

Angustiada vejo o fogo se adentrando pela mata.

Árvores antigas se dobrando, vergando à dor.

Implorando. Gemendo.

Ouço o estalido do fogo queimando a vida.

Aflita eu choro querendo apagar as chamas que ardem.

Indiferente à minha dor o fogo segue destruindo tudo.

Caminham as labaredas como diabos loucos.

Parece que riem da dor da mata.

Da minha dor.

Da dor dos seres que lá vivem.

Parece-me que além dos bichos lá vivem outros seres.

São lendas. São histórias.

Mas parece mesmo que lá vivem seres excepcionais.

Criaturas fantasmas.

Ouço os gritos pavorosos que vêm da mata.

Vejo as labaredas cada vez mais altas.

A fumaça subindo pela atmosfera antes tão límpida.

Imagino quem teve a coragem de botar fogo na mata.

Que coragem que nada, covardia!

Sim, a covardia de matar uma floresta.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 24/05/2009
Reeditado em 17/04/2011
Código do texto: T1611794
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