A bondade do acaso

Em um dia qualquer, numa rua qualquer

Regidos por acaso costumeiro

Andavam para um encontro certeiro

Aquele homem e aquela mulher

Mas por essas grandes ironias

Que a vida insiste em arquitetar

Este casal quase a se encontrar

Tinha história comum de idos dias

Ele, para ela, foi de grande utilidade

Amigo fiel, sempre pronto para lutar

Contra qualquer que a tentasse macular

E sacrificar a própria felicidade

Porque ela, para ele, era mais

A achava perfeita

A considerava eleita

Para trazer ao coração a paz

E assim eram felizes

Pois mesmo sob olhar diferente

Se amavam mutuamente

E na iminência de se reencontrar

Numa bondade incrível do acaso

Passaram...

Não se olharam...

Não se falaram...

(Rio, 2007)