PRENÚNCIO DA MORTE

Quanto mais envelheço,

Mais meu corpo arde

E minha alma chora o passado.

As dores insuportáveis das enfermidades

Rasga-me a carne e joga-me num cárcere hospitalar.

Este mal incurável que me abate

É o prenúncio da morte lenta

Que invade todo meu ser deste terrível sofrimento.

O remorso, arredio dos meus sentimentos,

Agora consume minha mente

Impôndo-me um amanhã de incerteza.

Quando saudável,

O prazer de mostrar-me arrogante diante dos humildes ,

Enchia-me o espírito de vaidade

E meu ego explodia de superioridade.

Hoje, devorado pelas enfermidades,

Sinto-me rejeitado, imprestável, um ser inútil.

Meus sentimentos torpes e fúteis,

Eram realizações das minhas loucuras

Com satisfações das minhas vontades

E prazer dos meus desejos.

Agora, as lembranças do passado

Impôe ao meu espírito a tortura dos culpados

E a certeza das faltas que levo para eternidade.

Jose Augusto Cavalcante
Enviado por Jose Augusto Cavalcante em 15/06/2009
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