sem titulo

Descalço percorro o céu infindável,

Paraíso albino seguro e harmonioso!

Esperança esvaída no meu ser,

Decalcada na sofistica alma desgrenhada...

Desmesurada tristeza me embarga

Neste alçado esconderijo!

Peço que me fadem com melhor destino...

Desenlaçado ardor que corrompe meu coração

E desgraçado o paraíso que bem vi!

Desencantado me sinto eu neste desamparo

Com desgosto ando eu neste mundo guarnecido

De ódio, crueldade, horror, espasmo baralhado!

Estou desprovido de animosidade e viverei

Eternamente entravado como um

Desgrenhado ser manifestado!

Livremente sou admirado, louvadamente

Faço esta espécie de poesia e exprimo meus sentimentos

E o modo de ver a vida, inútil, efémera,

Estéril e deformada!

Sólido me sinto, duro como pedra quebradiça que

Rasga peles finas e melancólicas!

Triste vida esta que levo, que tomo para mim e

Que desonra ver como é infeliz a filosofia que escrevo,

Própria de quem pensa por si mesmo!

Desfigurado e feio devem-me ver só de pensar!

Estou a sofrer desvairado, ignóbil, aturdido deste

Transe em que me apresento; melado facto este

Que vivo, que vejo e então sinto-me sujo, porco e

Terrífico!

Veia sinistrica esta que me acompanha neste andor

De dor, sofrimento, brados que provém do

Fundo do fosso do meu ser! Amalgamado nesta escória

A que chamam "mundo" está o meu corpo triste,

Composto andante desprovido de intelectualidade!

Vejo-me no espelho da morte, do planalto da

Miséria mas irei me libertar-me deste corpo e

Assim descobrir que esta alma desgrenhada é boa!

josé ribeiro
Enviado por josé ribeiro em 15/06/2009
Código do texto: T1650202
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