Vento
Minha vontade,
Suprimida,
Acelera o sangue que corre em minhas veias,
Corando de raiva da minha incapacidade de fazer alguma coisa.
O tempo,
Petrificado em sua eternidade,
Prolonga minha dor.
A noite me consome em silêncio,
Perguntando-me por que não resisto.
Caminho cabisbaixo,
Meus olhos imóveis no chão.
Minha cabeça não tem mais força para parar,
Sempre pendendo para frente.
O vento que uma vez levantava teus cabelos,
Agora carrega a lembrança falsa que em meus sonhos existiu,
Chutando minhas pernas e jogando-me no chão.