NÁUFRAGA

 
Não procures compreender o que se passa
E as motivações dessa fuga silenciosa
A confiança cada dia se torna mais esparsa
E não é capricho da alma fútil ou melindrosa!
 
A emoção que me diriges é sempre escassa
E meu amar faz-se inútil ante tua paixão gananciosa!
Que culpa tens se a insegurança a mim devassa
Ou sou tomada de tanta impressão perniciosa?
 
Mas, a razão cobra-me uma atitude valorosa
Ditada pela sublimidade e total coerência
Encaminho-me rumo à fria solidão desditosa
 
A fim de restituir-te a liberdade da efervescência!
Dizendo adeus à fantasia de delicadeza amorosa
Naufrago em mares duma escura turbulência!