SILÊNCIO DEVASTADOR

Hoje o silêncio gritante

Habitou o meu interior

Senti seu toque sorrateiro

Quebrando tudo em mim

E nesse silêncio estável

Encontrei algo desejado

Não era a paz

Mas sim uma anestesia

Para as desavenças silenciosas do meu coração putrefato

Nesse instante de calmaria minha alma vagou

Numa sinestesia atormentadora

Porém, sem o ressonar do pranto que cai ao chão

O delírio abre meus olhos

Para as palavras já esquecidas

Que ficaram ecoando escondidas

Como no dia em que a escuridão calou-me

O silencio devastador é o responsável

Pela condição inerente desse torpor

Às vezes ele machuca

Às vezes ele assola a voz da alma

Tiago Quingosta
Enviado por Tiago Quingosta em 02/06/2006
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