A perda

Não há o que dizer, enquanto finjo escrever.

Penso estar tudo bem, mas

o segundo seguinte seguiu sem ver

que a frase, ao invés do íntimo, não dói,

diferente do real que me corrói.

Na fragilidade de uma estrofe de cinco versos,

converso sobre a futilidade de trechos

nem sempre rimados, doídos e controversos.

Faço em quatro linhas para menos saudade.

Calculo um passo, até a porta,

de forma inocente, como se fosse algo

que trouxesse de volta o que me importa.

Vida de poesia que perde um pedaço a cada trecho.

Música na cabeça que embala a perda. Estremeço.

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Nisi, sentiremos sua falta.

LUTO

Rafael S P Valle
Enviado por Rafael S P Valle em 14/07/2009
Código do texto: T1698348
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