MENINO DE RUA
Livre como passarinho, mas sem asas pra voar
Corrompendo os outros ninhos por não ter pra onde voltar
Teria a sorte, guardado ao menino
O futuro brilhante da oportunidade
Algum um projeto em sua cidade
Ou seria o projétil disparado
Em disparate à sociedade?
Como pode trabalhar... sequer aprendeu a ler
Como pode estudar se apenas pode ver
O que o sangra e atormenta aumentando seu horror?
Mas aprende que é temido (na vingança há sabor)
Vai morrer sem ter vivido ou matar sem sentir dor
Sente fome e cheira cola, sente frio finge esquecer
Como foi, ele, esquecido
Pela Pátria Brasileira, filho infeliz
de uma triste mãe solteira
E de um país que disse não.