Mal de amar
Minha alma inclinada
Nas asas do cansado sofrimento,
Logo tomou a vida em penitência
Do erro do mortal atrevimento,
Donde desgosto, ira e arrependimento
Tornaram-na tão pesada!
Desde então, não me fartou diligência,
Nem fera dor no pobre peito!
Ah! Amor, que tem firmes leis da mudança
E de mil mudanças me tem posto,
Que só assim consente me ter sujeito!
E sempre carregado está em desgosto,
Tristes fins, duras perdas na lembrança!