E o vento leva ao cume...
Hoje o céu abre-me a porta
O céu do meu profundo
Que ao alto elevo os olhos
Silenciosamente ao cume
Hoje voa minha alma
No vôo do silencio
Procuras o puro
No alto do cume
Noite vai adentro
Coração acelerado
Na prisão um dia esteve
Hoje desperta para o nada
Lá pelas tantas,ouve um grito
Nada pode compreender
È alma chorando
No céu a lua escurecer
Noite traiçoeira é ela
Navega nas nuvens mais belas
Buscando o arco íris, no céu
Nem percebes o sentido do martelo
Vida apregoa,diz a alma
O martelo retruca,é mentira
Onde as cores são amarelas
Já morri mil vezes no castigo
No silencio apregôo, o certo
Busco sempre a verdade
Naquele que é dono dela
Assim morre a verdade alcançada
O céu em gemidos chora
Tudo lava na relva
Mas sempre haverá o não
Nas palavras que ferem
Elevo os olhos ao cume
Do meu próprio coração
E o que vejo amedronta-me
Já a dor nasceu,sorriu-me
Leva ao alto a fumaça
Que tal alma queimou.
E no ar dispersa, morre a cor
Que nos lábios um dia morou
Tal altivez já desfaz o brilho
Na alma de tão triste mulher
E no canto do vento,voa
Em outros lugares a viveres
E o martelo apregoa
A verdade cruel que fere
Tal condenação é certa
Na face rasga o véu
Descobre-se a verdade
Olhos se voltam,acusam
E a alma já desiste
De entender a verdade real
Refugio se faz no fel
Na penumbra da alma
Olhar altivo,felino
De uma mulher/fera
E novamente a mim volto
No coração mil perguntas
Por onde viajaste, mulher
Que o hoje já não mais importa?
Refaço o mesmo caminho
No pensamento
Mas o coração grita
É preciso mudar o destino
E meus pensamentos se elevam
Ao cume da minha nudez
Alma ferida,despida,renascida
Hoje vive uma viuvez
Olhar ao longe, perdido
O preto caie tão bem
As mãos se elevam, soltas
Já nada mais há para apalpar
E o vento leva ao cume
Todos os tristes lamentos!
Rosa D Saron
Goiânia,13/08/2009