SEM LÁGRIMAS

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Secaram-se os meus versos...

Desidratados pela febre

De amar-te tanto e em vão

Convulsionaram

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Poças de lágrimas evoporaram

Já não mais insistem

A encharcar meu solitário leito

Não mais inspiram-me sonetos

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Minh'alma, triste, lamenta tanto

Meu corpo, todo, é frio e inerte

Minha boca é muda, vazia de letras

Meus olhos, dois poços raquíticos

Sem vida, sem sentido...sem lágrimas...

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(Lena Ferreira)