tristecer

afago saudade entre as mãos

e desnudo-a em sensível

e quente espessura

pressinto seu ‘hálito’

em exalação de mornos silêncios

e num ressalto espanto,

essa saudade dói

dentro do peito

à superfície da luz

o reflexo destes

olhos d’água,

como chuva gris

deito-me à relva

contemplo a rotação da lua,

cerimoniosa e

entrelaçada de miçangas:linda

tenho a alma:

em laço, em nó...

em halo e a dor

penetrada de musgo

a me percorrer os veios

alma em profuso choro

de neve pura e ‘Tu’ por aí,

enquanto desenho um céu

sangrado de silêncios e

uma lua tatuada

com pedaços de mim...