MORTE CRUEL.

Que somos diante dela?

Impotência em plenitude.

Vendo que ela leva consigo

não só dores ou virtude.

Leva a nossa alegria...

Faz nosso sonho morrer...

Apenas deixa o vazio,

onde o belo adormecia...

Onde a vida fez folia,

onde tudo convidava

para a festa desta vida,

chamada felicidade...

Tirados me foram amores,

tirados me foram meus sóis...

Eles todos reluziam,

eram valentes, alegres,

brincavam em torno da gente,

ficaram uns meses na terra

e se foram de repente...

A morte os tomou em seus braços,

levou-os prá perto de Deus...

Tão pequenos, carinhosos,

não sabiam o caminho,

foi preciso que os anjos

os tomassem pelas mãos,

fazendo com que subissem

à presença de Deus Pai...

Tirando seus corpos terrenos,

lhes dando asas de anjos,

meus pequeninos amores,

só de lá podem me ver...

Porque conviver com a morte

e continuar vivendo aqui?

Só Deus sabe a resposta

desta pergunta infeliz...

Meus anjinhos tão queridos

do nada foram buscados...

Nem puderam ser tratados,

não houve tempo ao adeus...

Sairam com frágeis olhinhos,

sabendo que não mais veriam

quem lhes amava a ponto

de trocar a vida por eles...

Se foram meus queridinhos,

deixando lágrimas a rolarem

dos olhos impotentes

que não puderam fazer

nada para salvar-lhes,

pois a morte não o permitiu:

veio buscar meus amores,

nem sequer uma troca aceitou:

eu daria de bom grado

o resto de todos meus dias,

para que eles tivessem

a vida que Deus lhes deu

e a vivessem felizes,

em abundância e amor...

Mas se foram, meus amores,

meus anjinhos pequeninos,

que só traziam carinho,

e felicidade prá mim...

Em seu lugar o silêncio

tomou todo o meu ser...

Não quero mais nada da vida,

nem versos, nem poesia,

nem conquistas ou prazer...

Queria com eles morrer,

para poder lhes dizer

que não estão tão sozinhos,

quando abrirem seus olhinhos,

nos jardins que há nos céus...

Que meu canto neste mundo

perdeu a graça, o perfume,

ficou a dor entranhada

no meu corpo, no meu ser...

Que me importa esta vida,

só eles queria ter...

Mas tudo que me resta agora

é chorar e adormecer!

(às 15:53 hs do dia 20/08/2009)

Mariza Monica
Enviado por Mariza Monica em 20/08/2009
Código do texto: T1764587
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