TRISTE

Dói o meu coração, dói a minha alma

e um buraco se abre

fundo, escuro e confuso

abatido pelo desconhecido

pelas incertezas e dúvidas

pelas curvas e estradas que a vida me dá.

Lanço a mão e nada encontro

só essa dor que incomoda

que me dói assim teimosa

aperta o peito, e me faz

apavorada diante do tudo

que tenho, do nada que me pertence,

da vida, do espinho e da rosa.

Arranco o mais dolorido

dos suspiros, e a agonia

invade-me, cadê então o motivo?

É uma palavra, a falta do tudo e do nada,

o passo que não dei, o algo que não falei,

a dor profunda insiste

essa dor que não desiste,

não sei, não entendo, de onde ela vem,

para onde vai,

dói assim o espírito e falta-me a calma.

Fere-me o espinho

sangra a minh'alma

dói a minha vida

seca as minhas lágrimas

espalha pelo chão

as minhas tristezas

embalo então minhas dúvidas

minhas incertezas

nos braços cansados

no meu interior

na minha fortaleza.

angela soeiro
Enviado por angela soeiro em 16/06/2006
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