Mar de tédio

Careço do teor adrenalínico,

auferindo que nada sobrevém.

No quebrantar do eu cínico,

dissimulo abonar um porém.

Híbrido, intercalando de mim

para eu mesmo, escarneço.

Tal qual o progênito do ruim,

faço-me embasado no que mereço.

Quilos de bigotas, a retesar,

ainda assim, insuficientes,

pois a mastreação do me empenhar

é parca para se chamar de vigente.

Cunhos, cruzetas e moitões:

nada alteia a alacridade.

Salgo-me, de gotas, aos milhões.

Minha nau já virou saudade.

Rafael S P Valle
Enviado por Rafael S P Valle em 28/08/2009
Código do texto: T1778987
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