ABRAÇANDO ESPINHOS

Não acredito mais na rosa, só acredito em espinhos.

Que dilaceram as carnes de minha alma, desfigurando graves feridas internas.

Nunca a cruz pesou tanto nesses covardes ombros que suspiram profundos ais!

A loucura abraça a melancolia e juntas transformam a esperança em cárcere.

Nunca os pedaços de meus sonhos quebrantados se desesperaram tanto debulhados em lágrimas

E no pântano translúcido do meu ser desejos antigos me afogaram tanto em pranto de dor

E eu já nem sei mais onde devo caminhar já que as pedregosas estradas se igualaram

As duas metades de meu coração sangram juntas e agora quem irá amparar quem?

Quando a gente pensa que a dor alcança o seu apogeu ela transcende barreiras

Mente e Corpo se igualam em uníssona canção regida pelo desespero

Cambaleia a loucura, agora ela está aqui atormentando meus olhos.

O espelho revela o fracasso e a frustração de dormir sonhos e acordar pesadelos

E logo agora que mais preciso do seu abraço, me ignoras, meu amado tesouro!

Desprezas-me, eu que me humilho e me contento com as migalhas de seus sentimentos

Nem as migalhas queres me oferecer, em ti só vejo desprezo e indiferença.

E logo agora que mais preciso do seu abraço resolves em vão me abandonar...

Dança macabra faz de meus olhos chafarizes de lágrimas e lástimas

Unicórnio encantado me oferece o seu ombro, mas peraí não existe unicórnio!

Nesse momento vejo que a solidão é a única confidente que tenho

E logo agora que mais preciso do seu abraço me devolves desprezo e meu coração se arrebenta

E uma profunda decepção se insinua em meu coração, à mágoa visitou minha casa.

Deixando apenas espinhos que ferem feridas não cicatrizadas

Meus ombros latejam, a queda é inevitável não conseguirei levantar.

E logo agora que mais preciso do seu abraço me fazes de tapete para seu desprezo passar!

Daniela Moura Rocha de Souza
Enviado por Daniela Moura Rocha de Souza em 19/06/2006
Reeditado em 14/10/2010
Código do texto: T178553