RUMO
Rumo para o desconhecido
Sem notar o conhecido
Rumo para o encanto
Para esquecer o desencanto
Rumo em busca do porvir
Sem encontrar ao que servir
Rumo sem eira e nem beira
Venho de uma triste rasteira
Rumo por rumar, sem prumo
Sem sequer pensar em aprumo
Rumo, ainda que com esperanças
Mas sem planos, sem lembranças
Rumo por caminhos que não sonhei
Por trajetos que não desenhei
Rumo apenas, apenas rumo
Como se eu fosse para consumo
Rumo o rumo dos invisíveis
Sem conhecer o que é tangível
No rumos dos acertados
Na cabeça dos privilegiados
Meu rumo é o dos aflitos
Sem que se escutem gritos
Rumo como se a liberdade
Aplacasse qualquer saudade
Rumo no entorno e sem retorno
Em busca de vários contornos
Rumo sem qualquer critério
Para continuar envolta em mistério
Pinçado do meu livro"Pensamentos de um diário"