(sem nome 3)

hoje acordei de manhã e pensei que teria um novo dia

tentei vestir minhas roupas mas elas em mim já não mais cabiam

tentei encontrar meu paraíso cercado de homens vestidos de negro para me ajudar nas mais variadas questões

mas sequer fui capaz de entender a mim mesmo

troquei minhas paredes pintadas de vermelho por outras pintadas de preto cinza cor de morte

ganhei mais calçadas para caminhar mas ao mesmo tempo mais espaços vazios que jamais conseguirei preencher

troquei tudo de bom que eu tinha só pra viver ao seu lado escuro

caminhando nas sombras como alguém que sequer sabe andar no vazio

contando as areias do mar como quem ainda acha que tem alguma esperança de viver em paz

caindo de amores e imaginando sair acordado em um sonho profundo de mãos dadas com alguém que você sempre amou e nunca mais viu em vão

com as pressas do tempo que me fazem pensar cada dia mais em alguém especial pra mim

que chega e não chega de acordo com o ritmo do meu tempo

carregando o fardo das coisas nas minhas costas

eu sinto o quão árduo é viver sem você

me sinto despreparado para tudo

eu acendo a luz e ela não vem

eu chamo pelas trevas e ela prontamente me atende

talvez seja melhor assim

dominar meu tempo e o ritmo de minha vida

para que eu não te perca de vez

ó doce escuridão que me faz sofrer

Rônaldy Lemos
Enviado por Rônaldy Lemos em 22/06/2006
Código do texto: T180040