Indolor
Tateio a parede escura e áspera
Procurando pelo menos uma brecha,
Um ínfimo ponto por onde o ar entre,
Assassinando a asfixia que toma meu sangue.
Engulo em seco,
Arranhando minha garganta.
A dolorosa vontadede ter o inatingível que entorpece meus sentidos
Novamente move-se entre minhas lágrimas.
A inexpressividade do meu sofrimento
Cala o sorriso já extinto em minha face:
Até meus olhos recusam-se a se fechar;
E,
Embora a tristeza tenha se tornado costumeira,
A fria sensação de não mais se importar
Açoita meu coração há muito tempo parado.