Escura noite

Soa gélido vento nesta sombria noite,

Uma entre tantas de pesar redundante

Que desfia-se em feroz procela atroante

Deixa lúgubre minha alma num só açoite

Em renitentes desejos desmedidos

No escuro sem mácula, tal impiedoso

Sentir verte lôbrego dilúvio iroso

Num estrondo que corta alvores despidos

Da luxuria alcança o coração divino,

Clamo para este sentir ser removido...

Por tais lamúrias já estou embebido

Meu pensamento já perdeu todo tino,

Tudo se distorce em silencio macabro,

Lágrimas que se espergem e se desfazem

Em chuva que ablui flores... E que florescem

Sufocando num desejar volutabro

Que faz-me esquecer das belezas vividas

E das muitas que ainda tenho que viver...

Mas por todo sempre hei de lhe bem dizer

Oh pulcras e amargosas noites sofridas...

Carlos Barbosa, 21 de setembro de 2009.

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 30/09/2009
Código do texto: T1841144
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