Palavras a dizer

Deparo-me com minha alma tão suspensa

Que não mais sinto meu coração palpitar!...

Pele abaçanada a qual não posso palpar

Pudica imponência... Há de ser detença

Minha espera por quem é tão mero vulto...

Não vou ficar estereotipando prova

De meu amor fétido já alocado à cova

Onde permanecerá pra sempre inulto!...

Teu fogo é frio por fora e por dentro queima

Num devaneio denso como o oceano

Sem principio nem fim... Dolente e profano...

Tal lampejo é como procela freima,

Converte-se em doces gotas de cristais

Que se espargindo pelo chão na espera

Da aurora... Brindaremos numa pétera

De ouro com dóceis venenos surreais

Que no olhar e no sorriso ganham formas

Sutis e imperceptíveis tal quebranto

Das víboras invejosas!... Hei, portanto

Apartar-me de vós rainha das quidornas!...

Carlos Barbosa, 18 de Setembro de 2009

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 01/10/2009
Código do texto: T1843010
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.