SER O NÃO-SER

Se o desejo do desejo é o próprio fim

E oceanos de possibilidades se esgotam a cada segundo

Assim como os instintos não conhecem limites

Ainda não sei quem sou eu neste mundo.

Se cada dia é uma migalha da vida

E a solidão é o pão amargo de prazeres perdidos

Assim como fui feliz enquanto tinha amigos

Escrevo só, pequenos versos famintos.

Se o sétimo dia é o descanso merecido

E são os santos pagãos quem se divertem com seus pequenos vícios

Assim como o excesso de luz também mata

Então sinto que sigo ao contrário por esta estranha estrada.

Se cada um é um pedaço de Deus

E se acerto errando e erro acertando

Assim como o diabo são sempre os outros

Seria o outro um reflexo meu?