O choro do poeta.

A minha voz em falsetes...

A alma tragada...

Ferida, machucada,

Amarrada em filete...

Queimada em brasa,

No lombo, na asa,

Na virilha a íngua,

Doendo, pulsando,

Em mim corroendo...

Lapidando a pedra,

Aquilatando em regra,

Escrito em bilhetes,

A minha voz em falsetes.

A lágrima acalma,

A ira da alma...

No gosto, no odor,

No amargo rancor,

Em forma de não...

A ânsia infernada,

Jogada pro nada,

No concho da flor,

O peito na dor,

Num choro inquietante...

Na ausência do amor,

A minha voz em falsetes.