NAS SOMBRAS DE UM POETA

por Regilene Rodrigues Neves

Numa mente limitada

Sonhos grandes se propagam

Na dimensão do imaginário

E o que era restrito toma proporções

Aquém do que a mente pode alcançar...

Posso voar sem limites pra sonhar

Uma estrada de sol para o rumo do nada

Tem cheiro de liberdade

A felicidade é um minuto que passa

A regra é regar a vida

De emoções a cada segundo.

Então medito dentro dos meus limites

Minhas asas me levam

E eu vou onde nunca estive

Lugares secretos sem nenhum mistério

Apenas sigo o nada e encontro à saída

Um labirinto tem varias portas,

Mas só me perco se olhar para trás...

Às vezes a vida parece parar

Cansada de uma rotina

Eu sento no caminho

Fico vendo borboletas ao léu

Batendo asas pousando no infinito...

Meu olhar anda devagar

Vai olhando ao redor

Sentindo cheiro de flores

Colhendo gestos

Alguns espinhos machucam a pele,

Mas a beleza acena do jardim

É preciso cultivar momentos

Para estancar as feridas

Por isso existem primaveras

Basta uma nova estação...

Vou por aí

Dentro da mente eu posso tudo

Mesmo que meu corpo

Esteja limitado no meu universo particular

Minha alma me leva a sonhar...

Sou um contador de mentiras

Minto histórias para fugir da minha covardia

Não passo de um estranho

Tentando conhecer quem sou

Quem me dera ser tudo que inventei de mim,

E esta frustração vazia

Não me causar tanta tristeza!

Ando por aí para ser um espectro

Disfarçado nas sombras de um poeta

Minha alma não mais está aqui

Pertence aos meus devaneios

Enquanto sonho a vida me abraça

E eu suspiro outra poesia

Nessa fantasia eu alieno

Versos para não chorar...

Em 04 de novembro de 2009